Uma das coisas que mais me interessa na internet hoje em dia é a discussão sobre ANONIMATO x TRANSPARÊNCIA. O pessoal da NameSake fez um infográfico sobre o assunto que (apesar de ter poucos dados) personifica esse embate nas figuras de dois pesos-pesados da internet atual: Christopher “Moot” Poole (criador do 4Chan) e Mark Zuckerberg (criador do Facebook).
ANONIMATO = LIBERDADE OU PUTARIA?
A primeira coisa que vem a cabeça da maioria das pessoas quando se fala em “anonimato na internet” é a idéia de que a pessoa só quer ser anônima pra trollar e encher o saco de outras na internet ou pra fazer coisas erradas. Muitos dizem que o anonimato wébico é o refúgio dos covardes que não tem coragem de sustentar suas opiniões.
Essa é uma visão real, mas não é a única e pode ser simplista. Existem aqueles que defendem que a possibilidade de se manifestar na web de modo anônimo deveria ser garantida a todos como forma de livre expressão e de combate a censura e ao controle dos dados e navegação dos usuários.
Pra Moot, ser anônimo na web é ser autêntico , porque você pode ser você, sem filtros e sem medo de falhar – e todos sabemos o quanto o FAIL wébico pode nos custar, né manolos? :) De acordo com o criador do 4Chan, esse ambiente de livre expressão encoraja a autencidade nas trocas e incentiva a criatividade e experimentação – e não é novidade que a cultura de internet está quebrando uma porção de paradigmas no mundo todo.
Vale lembrar que o 4Chan, criado por Moot, é berço do maior grupo de hacktivistas do mundo, o Anonymous, que já causou muitas revoluções por aí. Aliás, nós já falamos aqui neste post sobre algumas ações positivas geradas pelos anônimos “4chanianos“.
TRANSPARÊNCIA = CENSURA OU RESPONSABILIDADE?
Ok, ok, anonimato é criatividade etc e tal… mas será que ele não estaria gerando uma anarquia um pouco anárquica demais na web? Pra Mark Zuckerberg, uma internet mais transparente garantiria boas práticas de convivência wébicas pra todos.
Quem já sofreu nas mãos de algum anônimo na web vai curtir (sem trocadilho) navegar em mares mais tranquilos e seguros. Por outro lado, essa transparência toda também poderia criar uma web SUPER BUNDONA, onde todos seriam internautas felizes, educados e, talvez, hipócritas.
Vale lembrar que quanto mais dados e informações Zuckerberg souber sobre seus usuários, mais a empresa dele ganha valor como meio para publicidade AND, consequentemente, dinheiro. E, de uma maneira geral, quanto mais você se expõe na internet, mais dá material e subsídios pra que corporações, o governo ou QUALQUER UM, usem seus dados da forma que quiserem. Conta pra gente aí nos comentários (usando seu nome verdadeiro, é claro): Você está pronto pra ser trollado? E pra ter sua internet controlada? E pra servir de fonte de lucro pro Mark Zuckerberg?
Aparentemente, a maior parte das pessoas parece não dar a mínima pra isso. De acordo com o pessoal do NameSake, 82% dos perfis em redes sociais é aberto e apenas 21% dos entrevistados tem medo de como seus dados serão usados e limita o acesso a eles de alguma maneira.
Com o mundo ficando cada vez mais digital (incluíndo aí toda a nossa vida, relações e interesses), é importante pensar sobre quem terá autorização pra entrar na nossa casa, ler nosso diário, sentar no nosso sofá e revirar nossas coisas. Você não acha?
Resumindo, para Mark Zuckerberg, querer ser anônimo na web significa uma falha de caráter e integridade. Para Moot, significa torná-la um ambiente mais criativo e livre de censura.
por youpix.